terça-feira, 21 de maio de 2013

CATEDRAL METROPOLITANA DE SÃO SEBASTIÃO

Catedral Metropolitana de São Sebastião
Praça das Bandeiras - Rua Florêncio de Abreu
Tombamento provisório

Imagem panorâmica da Catedral Metropolitana de São Sebastião. Foto: Carolina Simon, 2013.

A catedral de São Sebastião, mais que um templo religioso, representa um monumento artístico importante, localizado na área central da cidade de Ribeirão Preto.
A história desse templo se iniciou no século XIX, a partir da doação de um patrimônio, por alguns fazendeiros que habitavam essas terras, com o objetivo de levantar uma capela em louvor de São Sebastião, no bairro das Palmeiras. De capela para matriz e depois catedral de São Sebastião, sua história revela a tenacidade de padres e bispos que, ao longo dos anos, se empenharam na sua construção e embelezamento.

Um segundo templo, mais amplo, foi construído na atual Praça 15 de Novembro e posteriormente demolido, para dar lugar a uma remodelação urbanística da cidade. O terceiro templo, que é a catedral atual, foi construído no início do século XX, em estilo arquitetônico neogótico, muito utilizado no Brasil para as edificações religiosas daquela fase. Em 1904 ocorreu o lançamento da pedra fundamental para a construção da matriz de São Sebastião, depois catedral, sob o empenho do pároco Monsenhor Joaquim Antonio de Siqueira e de seu auxiliar, padre Euclides Gomes Carneiro. Em 1908, com a criação da Diocese de Ribeirão Preto e a chegada do primeiro bispo D. Alberto José Gonçalves, no ano seguinte, a obra ganhou impulso. D. Alberto contratou artistas para decorar a catedral, dentre eles o pintor paulista Benedito Calixto, hoje reconhecido com um dos grandes artistas da época, e que foi responsável pela pintura das seis telas que retratam a vida de São Sebastião. Ele executou também outras imagens com temas religiosos e edificantes, como a pintura da Sagrada Família.  Por volta de 1918, a construção foi terminada, faltando apenas partes da decoração interna.

 

A catedral é um prédio imponente, rodeado por jardins, com escadaria de acesso na parte central e entradas laterais. Numa visita ao seu interior, é possível ver ao centro o altar principal, dedicado a São Sebastião, tendo ao lado a capela do Santíssimo, que se destaca pelo altar e pelas pinturas decorativas. O altar foi sagrado em 15 de junho de 1946 e a capela, em 04 de julho do mesmo ano, pelo bispo D. Manuel da Silveira D´Elboux. Prosseguindo nessa visita, estão dois altares especiais e seis altares laterais, erigidos aos santos de devoção.


Ao lado esquerdo de quem entra no templo, está o altar especial de Cristo crucificado, seguido pelo primeiro altar lateral, dedicado ao Menino Jesus de Praga, com Santa Terezinha e Santa Rita de Cassia; o segundo altar é dedicado a São José, com Santo Expedito e Santa Luzia; o terceiro altar é dedicado a Nossa Senhora do Rosário, com São Domingos e Santa Catarina de Sena.
Ao lado direito, encontram-se o altar especial de Nossa Senhora Aparecida e o altar lateral dedicado a Santo Antonio, com São Geraldo e São Francisco de Assis; o segundo altar é dedicado a Nossa Senhora das Dores, com São João Batista e Santa Ana; o terceiro é dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, contando ainda com Santa Margarida Maria e Santa Edwiges.

A catedral possui um conjunto de vitrais instalados entre 1917 e 1918, que retratam santos conhecidos dos católicos e que são exemplos de vida e virtude a serem seguidos.
A porta principal, chamada de bronze, feita em duas folhas, é um dos elementos arquitetônicos que compõem as maravilhas da catedral, inaugurada em 18 de novembro de 1954, e tem um significado especial por contar por meio de escudos a história da Diocese, hoje Arquidiocese. Na folha à direita, estão sucessivamente os escudos, em bronze: do santo padre o papa Pio XII, gloriosamente reinante; de Dom Alberto José Gonçalves, 1º Bispo diocesano; e de São Sebastião, orago da catedral e patrono da cidade de Ribeirão Preto. Na folha à esquerda, estão os escudos em bronze: de D. Luis do Amaral Mousinho, 3º bispo; e de Dom Manuel da Silveira d´Elboux, 2º Bispo diocesano, e o escudo do município de Ribeirão Preto. Na parte posterior da porta, em letras de bronze, estão os nomes e as datas referentes aos escudos, com a expressão latina ad perpetuam rei memoriam (em português, “para perpetuar a memória dos fatos”).

 A porta não é toda em bronze, devido aos altos custos para sua execução - é de ferro, com os escudos e ornatos em bronze.

A capela do Santíssimo destaca-se pelo altar e as pinturas decorativas que formam um conjunto harmonioso que completa a beleza da catedral de São Sebastião.
Os trabalhos de preservação e manutenção do templo e de seu entorno prosseguem, no século XXI, com a dedicação e empenho de seus párocos e da população católica, conferindo destaque a essa região privilegiada da cidade para seus habitantes.

Fonte: http://www.catedralrp.org/
Fotos: Carolina Simon, 2013.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

PRESERVAÇÃO DA ARQUITETURA MODERNA EM RIBEIRÃO PRETO I



ARQUITETURA MODERNA NO BRASIL
Não diferente de outros países do novo mundo, o estilo chegou entre nós graças à imigração, visita de europeus, retorno de brasileiros que estudaram na Europa e, principalmente, entusiasmo pelo novo estilo por parte das gerações mais jovens de arquitetos.
Algumas enormes diferenças assinalam, contudo, nosso modernismo: a boa condição econômica do Brasil, e o desejo de o governo buscar uma nova fase para a capital federal e a brilhante geração de intelectuais e arquitetos que transformaram o estilo em uma nova linguagem, inconfundivelmente brasileira e universal. (LAURO, 2001)

O modernismo brasileiro destaca-se do movimento internacional por ter assumido formas culturais e estéticas próprias. Em um momento histórico de revisão de valores, de busca de reafirmação da identidade nacional e, ao mesmo tempo, busca de inserção nas discussões universais e no cenário internacional, a arquitetura moderna lança mão de seu legado colonial barroco, das manifestações da arte popular e culturas regionais e volta-se para as possibilidades plásticas e construtivas do concreto armado, tecnologia mais viável no nosso contexto econômico da época.

Produzida num período marcado por intensa industrialização e urbanização no país, a arquitetura moderna brasileira expressa as mudanças de comportamento, as novas formas de sociabilidade, as novas práticas culturais, mas também evidencia os contornos da tradição, traços que a arquitetura residencial passa a incorporar em sua espacialização e linguagem.

IMPORTÂNCIA DE SE PRESERVAR A ARQUITETURA MODERNA
Na medida em que arquitetura moderna nasceu dentro de uma negação e contraposição à arquitetura eclética produzida em finais do século XIX, passado imediato, a sua preservação hoje, quando ela mesma já se encontra inscrita na história, nos coloca questões que exigem novos conceitos e instrumentos de ação (OKSMAN, 2009).

Passado, aproximadamente, meio século do momento de sua maior produção, a arquitetura moderna deve ser abordada como patrimônio histórico, principalmente quando as formas de preservação e intervenção forem discutidas e sempre amparadas pelos princípios e recomendações das cartas patrimoniais - como em qualquer trabalho de conservação, intervenção ou restauro.

É reforçado, desta forma, a importância da salvaguarda deste acervo representativo da história da arquitetura moderna brasileira, de modo que futuras gerações não percam estas referências culturais.
A ideia de que essa arquitetura é um patrimônio cultural e, como tal, merece ser conservada para as futuras gerações, ainda não está consolidada na sociedade. O envelhecimento precoce das edificações, o fato de muito dos edifícios terem sido projetados para usos bem específicos, o uso de novos materiais sem tradição construtiva e durabilidade comprovada são alguns dos desafios na conservação da arquitetura moderna.

Além disso, a arquitetura moderna possui elementos espaciais específicos e uma série de valores que devem ser levados em conta em qualquer operação de conservação.

Dando continuidade ao assunto, serão publicados a seguir alguns edifícios de Ribeirão Preto representantes da arquitetura moderna.


REFERÊNCIAS:
CAVALCANTI, Lauro. Quando o Brasil era moderno: guia de Arquitetura 1928 - 1960 / Organização de Lauro Cavalcanti. - Rio de Janeiro: Aeroplano, 2001.
CARVALHO, Claudia Suely Rodrigues de. Preservação da arquitetura moderna: edifícios de escritórios no Rio de Janeiro construídos entre 1930 - 1960. Tese de Doutorado: Orientador Machado, Lucio Gomes. São Paulo, 2006.
OKSMAN, Silvio. Arquitetura moderna, patrimônio a ser preservado. In: Publicação da Associação Viva o Centro . ano XIII. no 51 . 3o trimestre 2009.
http://www.docomomobahia.org/AF_Marcelo%20Freitas%20e%20Roberta%20Smith_1.pdf
http://www.arcoweb.com.br/artigos/carlos-faggin-arquitetura-moderna-12-08-2004.html
http://www.revistasusp.sibi.usp.br/pdf/posfau/n19/13.pdf
http://ceci.educacao.biz/_Secao/49/_Pagina/Sala/SalaMaisInformacao.aspx?salaId=1709&ass=56361820